Portugal terá a primeira grande central de energia solar da Europa

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A primeira grande central solar da Europa que vai produzir energia sem tarifas garantidas ou outros subsídios estatais está a ser construída no conselho de Ourique, no Alentejo, num investimento de cerca de 35 milhões de euros.

A Central Solar Fotovoltaica Ourika é “a primeira de grandes dimensões” a ser construída na Europa para operar em regime de mercado, ou seja, sem tarifas garantidas ou outros subsídios estatais que acarretam custos para os consumidores e contribuintes, segundo informações prestadas hoje à agência Lusa pela empresa promotora, a MorningChapter.

O nome Ourika resulta da conjugação entre a palavra Ourique e a famosa interjeição “Eureka”, que significa descobri, atribuída ao matemático grego Arquimedes de Siracusa e pronunciada por alguém quando encontra solução para um problema e que foi exclamada pelos promotores quando encontraram o local “perfeito” para a construção da central, explica a empresa.

Segundo a empresa, uma pareceria entre os grupos Solaer e Prosolia Energy, é “uma central pioneira”, porque “vem provar o novo paradigma para a energia solar na Europa” baseado no regime de mercado.

A central Ourika foi projetada para provar que é “possível” produzir energia através de uma grande central semelhante à de Amareleja, no conselho de Moura, também distrito de Beja, que tem uma potência total instalada de 46,41 megawatts-pico (MWp) e chegou a ser maior do mundo, “mas sem o impacto negativo no preço da energia”, refere a empresa.

A central de Amareleja, no total dos seus 25 anos de vida útil, pode implicar um sobre custo em tarifas garantidas de aproximadamente 200 milhões de euros e que deverá ser pago por todos os portugueses, frisa a empresa.

Com uma potência total instalada de 46 MWp, distribuídos por quase 142 mil painéis solares, a central Ourika! irá produzir 80 gigawatts-hora (GWh) de energia por ano, o suficiente para garantir o consumo de aproximadamente 25 mil famílias e evitar a emissões de quase 45 mil toneladas de gases com efeito de estufa.

A central Ourika, que começou a ser construída no passado mês de julho, numa área de 100 hectares situada perto da aldeia de Grandaços, no conselho de Ourique, distrito de Beja, deverá ficar concluída em julho e começar a produzir em agosto de 2018, refere a empresa. O projeto, hoje apresentado em Ourique, vai envolver 150 trabalhadores na fase de construção e criar cinco postos de trabalho permanentes quando a central estiver a funcionar em pleno e sobretudo em serviços de operação e manutenção.

A empresa escolheu o conselho de Ourique para instalar a Ourika por ser “a melhor localização da Europa para instalação de uma central solar fotovoltaica em regime de mercado” e por ter “muito boas condições” para centrais solares, como a “máxima irradiação solar na Europa continental” e proximidade à rede nacional de transporte (RNT) de eletricidade.

Segundo a MorningChapter, a central Ourika está “alinhada com todas as exigências do novo regulamento de ligação de geradores às redes da União Europeia” e será a primeira central solar ligada diretamente à RNT, gerida pela empresa REN – Redes Energéticas Nacionais, ao contrário das já existentes, que estão ligadas à Rede Nacional de Distribuição (RND), gerida pela empresa EDP Distribuição.

A energia produzida pela Ourika, a primeira central solar a ser licenciada em Portugal para operar em regime de mercado, será vendida no mercado ibérico ou exportada para qualquer outro mercado da União Europeia.

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