Calçadas de Lisboa indicadas como Patrimônio Cultural Imaterial Nacional Português

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Foto: Jornal NCultura.PT



A candidatura da calçada portuguesa ao Patrimônio Cultural Imaterial Nacional, apresentada em Lisboa, visa a sua preservação como “elemento identitário” e a valorização da arte de calceteiro, segundo os promotores da iniciativa.

A apresentação da candidatura para inscrição no Inventário Nacional do Patrimônio Cultural Imaterial, transmitida ‘online’, foi feita pelo secretário-geral da Associação Calçada Portuguesa, António Prôa, que começou por identificar as ameaças e as oportunidades com que a calçada portuguesa se depara.

A diminuição de mestres calceteiros, a falta de manutenção e a má construção, a forte concorrência de outro tipo de pavimentos, e o declínio das indústrias extrativa e de transformação da pedra foram as principais ameaças identificadas.

A título de exemplo, António Prôa referiu que em 1927 existiam na cidade de Lisboa 400 calceteiros, enquanto em 2020 esse número era de apenas 18, sendo que só estavam 11 no ativo.

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Foto: Jornal NCultura.PT



Os promotores da candidatura acreditam que estão reunidas as condições para promover a calçada enquanto “elemento distintivo e identitário”, valorizar a profissão de calceteiro e “um saber fazer singular”, e potenciar a “eficiência e a sustentabilidade ambiental”.

António Prôa explicou que vai estar assegurado um conjunto de medidas de salvaguarda da calçada portuguesa, quer através do seu “estudo e investigação”, quer pela “divulgação, valorização e sensibilização”.

O também deputado municipal de Lisboa admitiu que o objetivo final é, a curto prazo, apresentar na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) uma candidatura da calçada portuguesa a Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, à semelhança daquilo que sucedeu com o fado.

Por seu turno, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina (PS), afirmou tratar-se de “um dia muito especial”, uma vez que a calçada portuguesa “faz parte da identidade da cidade”.

“Há muito que ultrapassou a dimensão de pavimento, a dimensão de arte urbana e tem muito esta dimensão identitária, que nos reúne, que nos identifica, que nos autonomiza face a outras realidades”, sublinhou.

A calçada portuguesa resulta do calcetamento com pedras de formato irregular, geralmente em calcário branco e negro, que podem ser usadas para formar padrões decorativos ou mosaicos pelo contraste entre as pedras de distintas cores.

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Foto: Jornal NCultura.PT



Além de Portugal, esse tipo de calçamento também está presente em locais como Brasil, Espanha, Gibraltar, Bélgica, República Checa, China, Macau, Malásia, Timor-Leste, Angola, Moçambique, África do Sul, Estados Unidos e Canadá.

Leia a matéria completa no site do Mundo Lusíada e no site do jornal NCultura.

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