Entre 2008 e 2018 nasceram em Portugal 25.600 novas empresas ligadas ao turismo. É um aumento de 39,4% para um setor que conta já com 64 mil firmas, de acordo com os dados da Central de Balanços do Banco de Portugal, divulgados por Mário Lourenço, coordenador deste núcleo de análise do banco central.
Em 2018, quando Portugal recebeu 12,8 milhões de turistas estrangeiros, o número de companhias em atividade neste setor aumentou 6,7% face aos 12 meses anteriores. O ritmo de nascimentos tem sido constante desde 2016 à boleia dos recentes recordes que esta atividade tem registrado.
O Banco de Portugal dá conta que, entre 2008 e 2018, o peso do setor no total das empresas existentes no país aumentou 2,1 pontos percentuais, estando o volume de negócios a acompanhar este crescimento (+48%). Só no ano passado, a subida foi de 9%. A criação de novos negócios tem também permitido aumentar o número de postos de trabalho.
Num panorama traçado pela autoridade monetária, assumiu-se que 90% do tecido empresarial do turismo é composto por microempresas – seguindo a tendência do universo das companhias no país. As grandes empresas deste setor representam apenas 0,1%. Contudo, o volume de negócios que têm vale 39% do total da atividade do setor. Mário Lourenço destacou, ainda assim, que as pequenas e médias empresas (PME) são as responsáveis pela maior parcela do volume de negócios e pessoas no turismo.
A Área Metropolitana de Lisboa é a que registra maior número de empresas (38%), o que pode ser explicado pelo facto de as sedes das mesmas se encontrarem na capital, estando a região norte logo atrás, com 26% destas estruturas. Lisboa volta a destacar-se quando se fala do volume de negócios (59% do total) e do número de pessoas ao serviço (43%). Apesar desta preponderância, o setor do turismo apresenta “uma maior dispersão territorial face ao total das empresas” com destaque para o maior peso na região do Algarve e nas regiões autônomas. A sul do país, o peso das empresas do setor do turismo, o mais elevado de todos, foi de 27%. Há dez anos, era apenas de 17%.
Também foi revelada a Conta Satélite do Turismo do INE, relativa a 2018, que mostra que a procura turística contribuiu com 29,8 bilhões de euros para a economia portuguesa, o que representa 14,6% do PIB, mais 7,7% do que em 2017.
O ritmo de crescimento do turismo está mais lento: em 2017, a atividade valia 27,69 bilhões de euros para a economia nacional (14,1% do PIB), um avanço ainda assim de 17,9% face a 2016. A Conta Satélite confirmou ainda que, em 2017, o turismo era responsável por 413 mil empregos.
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