A indústria têxtil e do vestuário (ITV) está à espera de fechar o ano com um recorde absoluto nas exportações, o que significa bater os €5,073 bilhões registrados em 2001, muito por força do crescimento das vendas em mercados como a Alemanha, o maior cliente dos têxteis lusos na viragem da década, mas também em destinos como os EUA ou os países nórdicos, a recuperar a importância que já tiveram na carteira de clientes das empresas nacionais há 30 anos.
“A Alemanha, que era o nosso grande mercado quando o setor atingiu o seu recorde nas vendas no estrangeiro, em 2001, tem vindo a crescer de forma sólida, com saltos de 6% a 7%, e já está na terceira posição, atrás da Espanha e da Itália”, sublinha Paulo Vaz, diretor-geral da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), atento às tendências no ranking das exportações.
Outro movimento que merece a atenção do setor é a subida nos EUA e nos países nórdicos, “bons clientes de Portugal nos anos 80 e, agora, “a revelarem bom potencial de crescimento”. Nas contas da ATP é mesmo possível que Portugal consiga duplicar em cinco anos as exportações para os Estados Unidos, atualmente nos €280 milhões, e dar um salto de €300 milhões para €500 milhões nos países nórdicos.
Já Espanha, de onde vêm €36 em cada €100 ganhos pela ITV no estrangeiro, muito por força das compras do grupo Inditex, parece estar a perder algum terreno. Em 2016, quando os têxteis conseguiram o seu melhor desempenho dos últimos 14 anos, com um registro de €5,063 mil milhões nas exportações, o que permitiu bater o “cenário de ouro” traçado no Plano Estratégico para o Cluster Têxtil e Moda para 2020, as vendas em Espanha tinham aumentado 12%. Este ano, até junho, cresceram apenas 3%.
É uma evolução que não está a preocupar o setor. No conjunto da fileira, o salto foi de 4,9%, o que significa que “Espanha continuará a liderar, mas depois da subida acelerada dos últimos anos está numa fase de ajustamento à dimensão atual do mercado” e que pode, até, ter o efeito positivo de reduzir a dependência das exportações portuguesas face ao país vizinho, através de uma maior diversificação das rotas internacionais.
Certo é que, depois de alguns anos difíceis de ajustamentos e de uma sucessão de choques competitivos, falências e desemprego, com as vendas ao exterior a atingirem o seu nível mais baixo em 2009 (€3,5 mil milhões), as exportações já engordaram mais de 70%.
Leia a matéria completa no site da AICEP PORTUGAL GLOBAL.
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