As exportações portuguesas de vinho cresceram 8,1% em valor e 3,9% em volume. Os dados são do primeiro trimestre e mostram que Portugal vendeu 625.983 hectolitros ao valor de 163,3 milhões de euros. A França continua a ser o principal destino dos vinhos portugueses, embora ouve uma redução de 2,4% para o país, e a grande surpresa é a retoma do mercado angolano, que mais do que duplica face a igual período do ano passado, num valor de quase 9,5 milhões de euros.
O preço médio subiu 4%, para 2,61 euros por litro. “Estes dados são um bom sinal para os vinhos portugueses, que estão com um enorme dinamismo e grande reconhecimento internacional. E os números das exportações espelham bem esse sentimento positivo dos especialistas na área e dos próprios operadores. No último ano, isso não se refletiu tanto por causa do mercado angolano, mas tudo indica que as coisas vão continuar a correr bem”, diz o presidente do Instituto da Vinha e do Vinho. Frederico Falcão desvaloriza a quebra nos mercados europeus, sublinhando que “há que olhar com alguma reserva para resultados trimestrais”. Nos primeiros três meses do ano, os vinhos portugueses registraram uma quebra de 3,6% em valor e de 11,4% em volume nos destinos comunitários, que, com 89,2 milhões de euros, absorvem mais de metade das exportações. “O mercado está estável e a crescer, mas basta uma exportação a mais ou algum bloqueio para os influenciar”, acrescenta o presidente do IVV.
Em contrapartida, os mercados fora da comunidade européia cresceram quase 30%, tanto em valor como em volume. A liderar as subidas estão os Estados Unidos, com um crescimento de 23,2%: no ano passado, foram o terceiro maior destino das exportações de vinho, este ano estão em segundo lugar. Mas o país é dos que melhor remunera o produto: mesmo com a quebra de 3,5%, o preço médio pago pelo vinho português nos EUA é de 3,75 euros/litro. Já o mercado angolano teve um acréscimo de vendas de 130%. Os operadores consideram que terá havido uma libertação de divisas que permitiu desbloquear algumas vendas, mas a grande incógnita é se esta situação é ou não sustentável. Tirando o ano de 2016, em que as vendas de vinhos para Angola caíram quase 70% em volume e 60% em valor, desde 2011 que este mercado se assume como o maior comprador de vinhos nacionais em volume, porque quanto ao valor o lugar principal no pódio é da França. Angola comprou nos primeiros três meses do ano 59 785 hectolitros de vinho, no valor de 9,5 milhões de euros. E o preço médio neste mercado está em quebra: passou de 1,61 para 1,58 euros por litro. Também o Brasil está em franca recuperação, com um aumento de 84,5% nas compras de vinhos portugueses.
Para o Brasil foram 31.649 hectolitros, no valor de oito milhões de euros, com o preço médio a cair 3,5%, para os 2,54 euros o litro. Há que ter em conta que o Brasil taxa fortemente a entrada de produtos estrangeiros no país, chegando o vinho a ser vendido oito vezes mais caro do que o preço na origem. Para Frederico Falcão, o crescimento das exportações para o Brasil será resultado do dinamismo do mercado: “Apesar de os vinhos portugueses chegarem às prateleiras com margens muito altas, há muitos novos importadores de vinho no Brasil e que são muito ativos. E sente-se que os produtores olham para este mercado com otimismo”, diz. Renata Abreu, diretora de exportação da José Maria da Fonseca, admite que a performance menos positiva de alguns mercados europeus pode estar a levar as empresas a “focarem-se em mercados historicamente ligados a Portugal” e destaca o papel do turismo.
“O turismo tem ajudado bastante a divulgar o que de melhor se produz em Portugal, aproximando o consumidor brasileiro dos nossos produtos e dando confiança através da sua qualidade”, frisa. A empresa dona do Periquita, que foi durante muitos anos o tinto mais importado no Brasil, admite que em 2016 registrou um decréscimo de vendas no mercado “devido a uma menor rotação de stocks nos pontos de venda. Houve redução do consumo, aumento dos preços ao consumidor provocados pelo incremento de taxas e impostos”, mas as vendas no primeiro trimestre subiram mais de 10%. “Sente-se que há uma maior confiança do consumidor, além de a nossa estratégia e atuação no mercado passar por um alargamento de distribuição e aumento de parceiros no mercado”, sublinha Renata Abreu. Nas descidas, destaque para França e Alemanha, que até compraram mais quantidade de vinho português, mas estão a pagar menos por ele: o preço médio em França cai 4,2%, para 2,69 euros o litro, e na Alemanha a quebra é de 13,1%, para 1,87 euros por litro. Holanda e Bélgica, outros dos mercados que mais valorizam o vinho nacional, tiveram uma performance negativa no primeiro trimestre: a Holanda cai 9%, a Bélgica 5%.
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