Brasil será sede do banco BRICS para América Latina

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O governo brasileiro será sede regional do novo Banco de Desenvolvimento do BRICS, após a 10.ª Cimeira de Joanesburgo, onde espera aprofundar o diálogo entre o bloco em temas centrais da agenda internacional, disse hoje à Agência Lusa o embaixador do Brasil na África do Sul.

“Será o momento para o BRICS renovar o seu compromisso com o fortalecimento do multilateralismo e com a busca pela reforma das instituições de governação global”, frisou o embaixador Nedilson Jorge.

Em entrevista à Lusa, o diplomata refere que o Brasil usará o encontro de alto nível para “viabilizar” o aprofundamento da sua cooperação setorial no seio do bloco das principais economias emergentes do mundo.

“Nesse contexto, o Brasil confere grande ênfase às iniciativas de cooperação, no âmbito do BRICS, em áreas como saúde, ciência, tecnologia e inovação, energia e infra estruturas”, afirma Nedilson Jorge.

Sobre os temas em discussão, o embaixador do Brasil na África do Sul avançou à Lusa que a 10ª Cimeira BRICS, que começa amanhã, quarta-feira 25 julho, em Joanesburgo, irá produzir resultados importantes com acordos em temas como aviação regional, além do estabelecimento de um centro de pesquisa em vacinas e de uma representação do Banco BRICS, em São Paulo.

“Assinaremos o acordo sede para a instalação no Brasil do escritório para as Américas do Novo Banco de Desenvolvimento, o Banco do BRICS. E avançaremos na área de ciência e tecnologia com a criação de uma rede de parques tecnológicos, para inserirmo-nos de forma competitiva na Quarta Revolução Industrial”, explicou à Lusa, Nedilson Jorge.

“Especificamente quanto à iniciativa brasileira do Memorando de Entendimento para a Parceria em Aviação Regional do BRICS, eu gostaria de ressaltar o seu impacto positivo no fortalecimento da nossa relação no setor de transportes ao promover a troca de experiências e de informações quanto a marcos regulatórios”, frisou.

Para o Brasil, outro importante resultado desta Cimeira BRICS será a assinatura do Acordo de Sede do Escritório Regional para as Américas do Banco do BRICS, que será localizado no Brasil, na cidade de São Paulo.

Nesse sentido, recordou que o Brasil já foi contemplado com empréstimos no valor de 621 milhões de dólares para o financiamento de escoamento da produção agrícola, energia eólica, redução de emissões e infraestrutura urbana.

“O Brasil também congratula a África do Sul pela bem-sucedida organização da Cimeira de Joanesburgo e pela escolha do tema. Esse assunto, que norteou as nossas discussões durante todo o ano, vai diretamente ao encontro do objetivo do BRICS de buscar o desenvolvimento socioeconómico, sustentável e inclusivo dos nossos países e de contribuir ativamente para o avanço do mundo em desenvolvimento”, referiu à Lusa.

Nedilson Jorge é Embaixador do Brasil na África do Sul desde 2016. Em trinta anos de carreira diplomática, serviu nas embaixadas do Brasil em Roma, Santiago e Buenos Aires, além de ter sido diretor do Departamento da África do Itamaraty durante seis anos (2010-2016).

A cimeira terá como tema a “BRICS em África:Colaboração para o Crescimento Inclusivo e Prosperidade Partilhada na 4.ª Revolução Industrial”, e é a primeira reunião de líderes mundiais desde que o Presidente Cyril Ramaphosa assumiu a liderança do país do seu antecessor Jacob Zuma.

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